segunda-feira, 14 de setembro de 2009

NOTA À IMPRENSA - MATERIAIS DE CAMPANHA DO BLOCO VANDALIZADOS



O primeiro dos nossos cartazes a sofrer foi o da saudação do nosso Candidato à CMT. Estava colocado na Ponte Velha e desapareceu.


Depois, ali perto, na esquina da Levada, era a faixa “Energia Alternativa” a ser rasgada.
Hoje, 13 de Setembro, é a mesma faixa a levar sumiço e o cartaz da Praça da República a ser retirado do local onde havia sido colocado e a aparecer misteriosamente nas traseiras da Câmara.
Registamos. E registamos igualmente que estas duas últimas “mobilidades” dos nossos materiais aconteçam depois de uma acção de proximidade com a população no Mercado Municipal, na sexta-feira, dia 11, com o cabeça-de-lista por Santarém às Legislativas, seguida de jantar de campanha, nessa noite.

E registamos a coincidência de o cartaz agora deslocado, mas já recolocado, também falar objectivamente do Mercado Municipal novo que exigimos.
Tomar, 13 de Setembro de 2009
A Candidatura do Bloco de Esquerda às Autárquicas.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

ENTREVISTA DE JOANA DA MOTA ALEGRIA AO SEMANÁRIO CIDADE DE TOMAR EM 3 DE SETEMBRO DE 2009

Cidade de Tomar (CT) – O que faz uma jovem arquitecta candidatar-se a Vice-Presidente da Câmara Municipal?

Joana da Mota Alegria (JMA) – Em primeiro lugar as minhas raízes tomarenses, toda a minha família materna é de Tomar. Sempre estive ligada à cidade e atenta aos seus problemas. Em segundo lugar o meu interesse pela revitalização dos centros históricos e a minha formação específica em recuperação arquitectónica. Sempre me questionei porque é que uma cidade com tanto potencial turístico, se deixou ir abaixo. Porque é que não tirava partido do seu património arquitectónico e tradições (Festa dos Tabuleiros) de maneira a ter um papel significativo no panorama cultural e arquitectónico português. É a vontade de concretização desse potencial, que acredito poder ser uma base importante para a sustentação económica da cidade, que me levou a candidatar à Câmara Municipal de Tomar.

CT – Como Arquitecta, e não como Candidata, como vê a proposta do Bloco, e cito o Programa, “de criação de um Museu Nacional de Arquitectura, sustentando a pretensão na riqueza monumental edificada e na concepção urbanística do Centro Histórico”?

(JMA) – Em Tomar existem inúmeros exemplos de urbanismo e arquitectura de várias épocas, capazes de estabelecer uma cronologia na história da arquitectura, que podem ser plasmados num Museu Nacional de Arquitectura. Esta ideia é naturalmente bem-vinda.

CT – Já como Candidata, é por isso que defende o “estímulo à recuperação do parque habitacional degradado”, ou há mais razões para além dessa?

(JMA) – A recuperação e conservação do edificado degradado e consequente atractividade para novos residentes é a base para a revitalização do centro histórico, e para o desenvolvimento do potencial turístico da cidade.
O centro histórico, através do seu edificado e ocupação, marca a identidade da cidade. É um documento histórico, e como tal, se desaparecer, a cidade enquanto identidade, morre. O que importa ao visitante que chegue a Tomar é desfrutar do que a cidade tem de único, e não o que pode encontrar em qualquer outro lugar. Não se trata de criar uma cidade museu, não, trata-se sim de conservar a marca histórica – edificado e ocupação (habitação e comércio tradicional) acrescentando vivências actuais, através da reocupação das casas devolutas para habitação, residências de estudantes, pousadas da juventude ou pequenos hotéis.

CT – Ou seja, a questão de fundo é a vocação residencial do Centro Histórico que deve ser recuperada…

(JAM) – Sim, importa trazer de novo as pessoas a habitar o centro da cidade, para que este possa de novo ganhar vida. Mas para isto é também importante que neste espaço tenha presença uma grande diversidade de actividades, como o comércio, serviços e equipamentos, como é o caso do mercado municipal.

CT – Então, acha importante a manutenção do mercado na sua actual localização?

(JMA) - Sim, sem dúvida. O mercado municipal faz parte da identidade da cidade e do que aí se produz e comercializa, bem como da identidade do próprio concelho, lembremo-nos que pelo menos uma vez por semana pode ser o ponto de encontro de todo o concelho. É por isso uma ligação da parte rural com a sede do município. Visito muitas vezes o mercado e não vislumbro qualquer tipo de decadência, está vivo e dinamiza a cidade, chamando as pessoas ao centro. A cidade só teria a perder com a sua deslocalização. Claro que é importante a conservação e recuperação do edifício, que é um exemplo tipo de arquitectura portuguesa muito interessante e que importa valorizar. Mais uma vez, é importante conservar o que existe de único na cidade. É possível recuperar o edifício e ao mesmo tempo dotá-lo das infra-estruturas actuais necessárias ao seu funcionamento. A sua valorização passaria também pela multiplicidade de funções que este poderá albergar, cafés e restaurantes, com passeio e vista para o rio, completando assim a intervenção realizada na outra margem, podendo ainda estabelecer-se uma ligação viária e pedonal à área envolvente da Igreja de Santa Maria dos Olivais.
É importante que estas intervenções não obriguem ao encerramento do mercado. Devem ser realizadas de modo gradual, pois é fundamental para a cidade a existência permanente daquele espaço.

CT – Os trabalhos em curso no Centro Histórico salvaguardam a genuinidade da cidade ou descaracterizam-na?

(JMA) – O que me tem preocupado é mais a inexistência de recuperação, do que propriamente a qualidade do que tem sido feito até hoje, que não é a melhor. Nunca percebi qual o conceito dos desenhos de repavimentação e equipamento urbano, das ruas Larga e Corredoura. Em que se terá baseado o arquitecto?! Também não compreendi porque é que foi necessário deitar abaixo as árvores que existiam junto ao estádio e às piscinas (para não falar no número de árvores que têm sido arrancadas nos últimos 20 anos em toda a parte), ou o desenho, igual a mil outros que se estão a construir pelo país fora, da nova ponte do Mouchão, ou ainda qual a razão para existir uma ponte pedonal junto ao mercado se a nova ponte viária também tem lugar para peões? Já para não falar da rotunda, como é que uma cidade com tantos símbolos identitários (Tabuleiros, Cruzes de Cristo e dos Templários, …) apresenta uma coisa sem significado?
De todo o modo, penso que a degradação da maioria do edificado antigo, que ainda por cima se encontra devoluto, demonstra que pouco tem sido feito ao nível da conservação e recuperação.
Qualquer intervenção de recuperação deve respeitar o existente, e ser bem fundamentada. Neste caso há também que considerar o factor tempo, se a recuperação do edificado da cidade de Tomar não começar já, perder-se-á grande parte da identidade tomarense.

CT – É incontornável saber o que pensa dos trabalhos na área envolvente da Igreja de Santa Maria dos Olivais.

(JMA) – No geral, toda a intervenção deixa muito a desejar, a destruição de árvores e aquela espécie de terreiro demasiado soalheiro, de pavimento de material duvidoso, demonstram pouco respeito pelo monumento.
Mas fiquei principalmente chocada com a intervenção realizada nas escadas que ligam a Igreja à Torre. Como é que foi possível substituírem umas escadas originais, de pedra maciça, por umas escadas capeadas a pedra, de um material banal, que fazem “pandam” com um muro completamente desnecessário, e que rompem totalmente com a ligação e unicidade existentes entre a Igreja e Torre!? Tentei em vão responder a esta pergunta. Por questões estéticas percebe-se que não foi, e razões funcionais não fazem ali qualquer sentido, pois o acesso à Igreja pode ainda ser feito dando a volta, sem nenhum impedimento. Então para quê destruir a escada? Como é que um monumento daquela importância é intervencionado como se de um edifício menor se tratasse? É realmente uma pena. Existem inúmeras intervenções bem sucedidas, como por exemplo, em Espanha ou Itália, onde o autor do projecto se poderia ter inspirado…
De resto, percebe-se a intenção de ligar a Igreja à cidade através do corte da estrada que ali passava e o desenho de outra estrada pelas traseiras, que de facto funciona. Traz espaço para que se possa desfrutar da imagem da Igreja e da Torre, só é pena que essa imagem esteja um pouco deturpada pela restante intervenção.

CT – Como fazer da zona da Igreja de Santa Maria um elemento de atracção turística complementar ao Convento, trazendo visitantes à cidade?

(JMA) – Como referi antes, neste momento a ligação da Igreja ao centro da cidade está feita, estabelecendo-se um percurso, através da nova ponte, ou em alternativa passando pelo mercado municipal com as suas novas valências, seguindo pela rua dos Arcos, onde existem várias alternativas até ao centro ou até ao Castelo/Capela de N. Sra. Conceição. Este percurso poderia mesmo servir-se de sinalética própria com indicações históricas de modo a ser mais visível. Junto à igreja, para além da criação de uma zona de sombra, bastam algumas infra-estruturas, como sanitários, cafetaria (que se poderia localizar no terreiro em frente à torre), e uma pequena loja turística. Por outro lado, também a torre poderá, se o seu interior o permitir, ser utilizada como miradouro sobre a cidade.

CT – O Bloco quer também “garantir mobilidade automóvel e condições especiais de estacionamento a residentes e comerciantes no Centro Histórico e criar ciclovias funcionais, antes mesmo das ciclovias de recreio, pela simples marcação a tinta, no asfalto”. É possível compatibilizar esta proposta com a salvaguarda do Centro Histórico e responder às exigências da vida moderna num Centro Histórico?

(JMA) – Não é possível trazer gente ao centro histórico sem a resolução do problema do estacionamento. Daí que tenha que existir um compromisso entre uma recuperação fundamentada e atenta ao existente e as necessidades actuais quer ao nível da habitação, quer ao nível do estacionamento.
Neste momento não existe estacionamento suficiente para os residentes, o que pode ser resolvido pelo condicionamento do estacionamento nas ruas só para residentes, ou pela reserva de lugares no parque para aqueles. É inadmissível que um habitante do centro histórico tenha de pagar para pôr o seu automóvel no parque, quando não tem alternativa.
As ciclovias são uma maneira fácil de promover o uso da bicicleta, o que traz vantagens de ordem ambiental, cultural e turística.

O PARQUE DE CAMPISMO REABRIU E O BLOCO FOI DETERMINANTE

António Carlos Godinho
Candidato a Presidente da Câmara nas Autárquicas de 2009Coordenador do Núcleo de Tomar do Bloco de Esquerda de Tomar
O Parque Municipal de Campismo de Tomar reabriu!
O Núcleo de Tomar do Bloco de Esquerda e a Candidatura do Bloco de Esquerda às Autárquicas de 2009 saúdam tal abertura.
Independentemente da forma como o Parque volta a funcionar, importa agora assegurar a sua abertura em condições de excelência e promover a sua divulgação de forma eficaz.
Sobre o historial do processo, atribulado e incompreensível, a começar pelo própro encerramento, o Bloco de Esquerda de Tomar nunca vacilou nem mudou de opinião e tomou sempre a iniciativa na Assembleia; sublinha agora o papel inequivocamente determinante que teve na reabertura do Parque, recordando:
1 – Em 30 de Junho de 2003, a Câmara decide o encerramento do Parque de Campismo, por proposta do então Vereador Corvêlo de Sousa.
2 – 9 de Setembro de 2003: o BE lançava um Manifesto/Abaixo-assinado com 3000 assinaturas, depositado na Câmara Municipal, em que afirmava: “O Executivo Municipal prestou um mau serviço ao encerrar o Parque na época alta, numa altura em que ainda era possível o usufruto deste equipamento. O Executivo Municipal prestou um mau serviço à Economia e Turismo locais ao encerrar um Parque sem criar condições alternativas imediatas. O Núcleo de Tomar do Bloco de Esquerda defende a não supressão do Parque Municipal de Campismo de Tomar, aconselhando a sua integração no futuro Parque de Cidade.”
3 – Em 29 de Setembro de 2006, após a conclusão das obras na área envolvente ao Parque, o BE/Tomar apresentava, na Assembleia Municipal, uma Moção em que entendia que “prosseguir, no contexto presente, quaisquer obras no denominado Parque da Machuca torna-se em desperdício financeiro sem retorno à vista” e propunha “a reactivação, depois das obras indispensáveis, do Parque de Campismo de Tomar para apoio à Festa dos Tabuleiros é a opção a tomar mais acertada no imediato.” A proposta foi reprovada pela aliança circunstancial PSD-PS determinada pelo virtual e risível Parque da Machuca.
4 – 22 de Dezembro de 2006: o BE voltava a propor na Assembleia Municipal “a reactivação, depois das obras indispensáveis, do Parque de Campismo de Tomar para apoio à Festa dos Tabuleiros.” A proposta seria recusada com o voto contra do PSD e a abstenção do PS.
5 – 16 de Fevereiro de 2007: o Bloco insistia na Assembleia Municipal com uma Proposta em que considerava que “a menos que o Presidente da Câmara mande apressadamente arrasar o actual Parque de Campismo antes do Verão, tudo indica que, à beira da Festa dos Tabuleiros, aquela estrutura seja provisoriamente reactivada para acolhimento de turistas”, propondo que “o Executivo Municipal deve, desde já, promover a reactivação do Parque de Campismo de Tomar para apoio à Festa dos Tabuleiros.” Novamente, a Proposta era recusada, mas já com o PSD isolado no voto contra e com a restante Oposição a apoiar a iniciativa do BE.
6 – Mais tarde, no dia 27 de Abril de 2007, novamente na Assembleia Municipal, verificar-se-ia situação semelhante: o PSD votava contra e inviabilizava a Moção apresentada pelo Bloco de Esquerda e apoiada pela restante Oposição, na qual se afirmava: “é de todo o interesse que a cidade de Tomar possa oferecer aos visitantes campistas uma solução para as suas estadas, como sucedeu no passado, ao longo do ano e que é prejudicial aos interesses de Tomar a não existência de um Parque de Campismo que sirva a cidade; lamenta que a Maioria do Executivo Municipal não tenha sido capaz de encontrar, até à data, uma solução alternativa para o Parque de Campismo de Tomar; entende que foi um erro o encerramento do Parque de Campismo de Tomar sem acautelar alternativas reais; considera ser um erro a inexistência de um Parque de Campismo que sirva a cidade durante a realização da Festa dos Tabuleiros, sejam eles o que foi encerrado ou os agora virtuais do Açude de Pedra e da Machuca.”
7 – Em 28 de Setembro de 2007, repete-se a situação, mas o voto contra do PSD é sustentado em Declaração de Voto do seguinte modo: “porque não concorda, em especial com o 3º parágrafo, onde limita a abertura do Parque de Campismo para a Primavera de 2008”.
8 – O Bloco não desiste e com Proposta datada de 21 de Dezembro desse ano, volta a apresentar na Assembleia Municipal uma exortação ao “Executivo, em geral, e à Maioria, em particular, a proceder às diligências necessárias para que o Parque Municipal de Campismo seja reaberto.” Naturalmente o PSD dá o dito por não e reprova o documento. De sublinhar que esta foi a última Sessão da Assembleia Municipal em que António Paiva esteve presente, abandonando o cargo de Presidente da Câmara nos dias seguintes.
9 – Em Fevereiro de 2008, já com Corvêlo de Sousa na Presidência, o Bloco apresenta uma Moção com pedidos de esclarecimento sobre o processo com o seguinte teor: “Em 30 de Junho de 2003, a Câmara Municipal de Tomar, sob proposta do então Vereador Corvêlo de Sousa, determinou o encerramento PROVISÓRIO do Parque de Campismo com o argumento da defesa dos utilizadores daquele espaço durante a realização das obras de remodelação do Pavilhão Municipal. Aquela deliberação contemplava a reavaliação da situação sustentada em informações mensais dos Serviços. De então para cá, a situação alterou-se significativamente. A Assembleia Municipal de Tomar decide solicitar ao Senhor Presidente da Câmara: cópia da Deliberação que anula a de 2003; informação circunstanciada da situação vivida no Parque de Campismo desde 30 de Junho de 2003; cópias das informações dos Serviços sobre as quais tem sido sustentada a situação do Parque de Campismo; cópia do texto de reavaliação da situação prevista na Deliberação de 2003.” A Moção é APROVADA POR UNANIMIDADE! Os esclarecimentos pedidos não surgem, mas os trabalhos para a reabertura do Parque de Campismo começam meses depois.
10 – Em Agosto de 2009 o Parque reabre! O Bloco exige que o Parque se mantenha aberto com um quadro de pessoal estável e condições de excelência e prossiga a sua missão de acolher visitantes, promover Tomar e ajudar a economia local.

TURISMO PEDAGÓGICO

Turismo Pedagógico, enquanto utilização organizada dos recursos naturais, paisagísticos, etnográficos, museológicos, literários, artísticos, arquitectónicos, funcionais, patrimoniais e imateriais (festas, tradição oral, criação humana) para reforço da educação do indivíduo, em contexto escolar ou não, deve ser entendido como factor de desenvolvimento e promoção de Tomar convergente com o Turismo Cultural e o Turismo de Natureza.

Turismo Pedagógico é o proporcionar, de forma concertada a vários níveis (disponibilização do objecto a conhecer, acolhimento, informação e aferição do conhecimento obtido), do acesso aos recursos potencialmente educativos.

Um rio é indutor do Turismo Pedagógico? Sim. E em termos ambientais e civilizacionais. Por exemplo: o Nabão, se apresentado às escolas, ou às pessoas a título pessoal, como factor de desenvolvimento desde a fixação humana, passando pelo aproveitamento hidroagrícola, hidromecânico (rodas, açudes, azenhas, moinhos, fábricas) medieval até ao hidroeléctrico do século XX, pelo contributo do Aqueduto dos Pegões, e chegando aos mais actuais conceitos de fruição, lazer, saúde e bem-estar.

Como? Visitas orientadas ou com informação prévia, promoção desse serviço educativo às escolas do nosso país, edição de materiais de apoio. O Convento de Cristo? Obviamente. Mas… o Convento não é Turismo Cultural? Claro. Mas é também pedagógico se se for mais longe do que apenas pensar em monumento e serviços educativos que esperam que lhes cheguem as visitas de estudo.

O Poder Municipal passaria a ter aqui um papel de divulgação e promoção desse Bem na perspectiva não apenas do monumento mas do seu contributo para Tomar, articulando com outros recursos locais. E o Centro Histórico? Tal como o Convento! Trata-se do mesmo conceito de intervenção. A Mata dos Sete Montes? Falta juntar o que já deveria existir (ambiente, circuito de manutenção, …) com o que não existe: um programa de animação regular com caça ao tesouro, encontros com fadas e gnomos, poços e grutas misteriosas, casas nas árvores, inventário das espécies vegetais para trabalho escolar...

Turismo Cultural e Turismo de Natureza são Turismo Pedagógico se a organização (pública, privada ou público-privada), apresentação e acolhimento forem pensados articuladamente. A Universidade Sénior pode potenciar o Turismo Pedagógico? Absolutamente! Com as suas congéneres de outras cidades, organizando “cursos de um dia”, por exemplo, para outros formandos. Ou de dois, com organização de alojamento e refeições para fim-de-semana, com o apoio das respectivas autarquias. O valor acrescentado está na forma como se recebem os visitantes e na forma e contexto em que se apresentam as ofertas aos potenciais visitantes.

Em Turismo Pedagógico, o objecto do conhecimento é a causa concreta da visita: “Vamos organizar-nos para ir a Tomar porque está lá aquilo que é preciso ver.” E nós, por cá, teremos que encontrar novas formas de recepção. Tomar tem que informar que está em condições de acolher diariamente grupos de visitantes, de escolas ou de outros locais, com ofertas diversificadas e devidamente apoiadas.

Com facilidade será possível criar um “campo arqueológico pedagógico” para crianças e jovens: as situações de “escavação”, limpeza de “peças arqueológicas achadas”, classificação e exposição pode aumentar a curiosidade pela Arqueologia, promover o interesse pela História, ajudar a perceber onde se vive, respeitar o trabalho e o património real, funcionar como ocupação de tempo livre, servir as escolas de Tomar, atrair escolas de outros locais.

Campo arqueológico pedagógico em Allonnes (Le Mans), França (vista parcial).

Aglutinando as competências e os recursos dos Serviços de Turismo, Educação, Cultura e Animação Cultural da CMT é possível organizar um programa anual multifacetado para “ensinar” Tomar (em acções de meio dia, dia inteiro ou vários dias) a alunos dos 8 aos 80 com intervenção directa nos e a partir dos conteúdos curriculares oficiais ou informais?

Tomar é um verdadeiro parque educativo e temático, se o quisermos. A vantagem deste conceito de Turismo Pedagógico para reforço da oferta em Tomar é a de que basta organizar o que já existe. Um gabinete na Autarquia com recursos humanos cooptados de Serviços adequados é suficiente para começar. Praticamente não é necessário gastar dinheiro no começo. Apenas à medida que a procura o for exigindo. Mas a procura trará os recursos financeiros para voos mais arrojados. Para quê inventar o que não existe quando está por explorar o que temos?

E, claro está, tudo isto gera novos empregos, novos produtos e novos consumidores.

E se é Turismo Pedagógico, funciona apenas em períodos lectivos? Não! O conceito estende-se a todo o ano, mas pode ser ainda potenciado se fizermos convergir outras iniciativas, como sejam, por exemplo, os Campos de Férias.

CAMPOS DE FÉRIAS

Em Abril de 2006, a Assembleia Municipal aprovou por unanimidade uma Proposta do Bloco de Esquerda sobre Campos de Férias que, infelizmente, está por começar a ser pensada na Câmara Municipal. Eis porque o Bloco a retoma e a volta a apresentar enquanto elemento estruturante para o Concelho:

1 – Criação de Campos de Férias residenciais susceptíveis de acolher jovens de outros pontos do país e do estrangeiro, salvaguardando desde logo uma quota para residentes no Concelho.

2 – Definição das actividades por áreas de intervenção, temáticas ou generalistas (Desporto, Música, Artes Plásticas, Teatro, Acampamento) monitorizadas por Associações e Clubes locais.

3 – Concretização destes campos com a intervenção de Mecenas e outros (Ministérios – ou Secretarias de Estado – da Educação, Cultura, Desporto e Juventude, Emprego e Segurança Social).

4 – Possibilidade de participação nestes campos de férias de jovens do Concelho oriundos de famílias de menores recursos financeiros em condições de apoio especiais.

5 – Criação de quotas em todos os programas para filhos de cidadãos tomarenses emigrados.

6 – Divulgação deste programa em cidades com afinidades histórico-culturais com Tomar (Viseu ou Santarém, por exemplo), laços de cooperação, como a Rede Europeia das Cidades dos Descobrimentos (Lamego, Castelo Branco, Coimbra, Porto, Lagos, Lisboa, entre outras) ou as Associações de Municípios da Ordem de Cister e com Centro Histórico.

7 – Promoção deste programa em cidades com que Tomar mantém geminações (Haddera, Vincennes), actividade anterior, como a Rede Europeia das Cidades dos Descobrimentos (com cidades em Espanha, Bélgica, Itália e Holanda), Pontedera e Pisa (Festival Sete Sóis Sete Luas), Galway (Irlanda, Rede das Cidades Médias Europeias) e com as cidades do Projecto Les Fêtes du Soleil (Siena em Itália, Beersheva em Israel, Le Kef na Tunísia, ilha de Gozo – Malta e Versailles).

8 – Criação, com os responsáveis políticos das cidades referidas, de condições para que jovens tomarenses, ou filhos de tomarenses emigrados, possam aí ter acesso a programas similares.

9 – Lançamento do programa de férias “A minha família é a tua família, a tua família é a minha família”, criando uma rede recíproca de famílias acolhedoras de jovens de outros países.

10 – Criação de um projecto paralelo de promoção de Tomar junto das outras cidades a par do projecto de divulgação dos dois anteriores: Campos de Férias e Famílias Acolhedoras.

ENTREVISTA DE ANTÓNIO GODINHO E CARLOS TRINCÃO AO SEMANÁRIO CIDADE DE TOMAR EM JUNHO DE 2009


Cidade de Tomar – O Bloco de Esquerda assumiu recentemente a sua Candidatura às Autárquicas e promoveu uma primeira acção em Cem Soldos na sexta-feira passada. Quem são os cabeças de lista?

Bloco de Esquerda – A nossa preocupação, por agora, é assegurar as pessoas que constituirão as Listas e definir o Programa. Depois se verá quem encabeça o quê. Ao contrário de outras estruturas, recusamos apresentar nomes sem o Programa que se propõem cumprir. Dança de nomes é espectáculo sem conteúdo. Noutras forças políticas, já há três Candidatos anunciados a Presidente da Câmara, mas ninguém sabe o que pretendem. Como dissemos em Cem Soldos, neste momento estamos em condições de concorrer à Câmara Municipal, à Assembleia Municipal e às Assembleias de Freguesia da Madalena, de S. João e de Santa Maria. Isso é que é importante. E mais importante ainda é alargar o número de Assembleias de Freguesia, o que vai acontecer.

CT – Mas não consideram importante definir as lideranças?

BE – Consideramos! Mas a seu tempo. Este tempo é o da definição das ideias e da reunião das pessoas. Veja o que dá ser Candidato sem Programa: o PSD, com António Paiva, fechou o Parque de Campismo; o PSD, com Corvêlo de Sousa, reabre-o. Que confiança podem merecer Partidos e Lideranças como estas? Tomar perdeu durante estes anos de fecho. Abrem, fecham, prejudicam e nem um pedido de desculpas.

CT – Isso quer dizer que aquilo que o Bloco vier a fazer é imutável?

BE – Quer dizer que pensamos o nosso caminho, damos conta dele e trilhamo-lo. E se tivermos que emendar a mão por se constatar que errámos, emendamos. Mas dando, como se diz, a mão à palmatória. Dizendo o porquê das coisas. O que o PSD faz é uma espécie de borboletear estonteado. Voa para onde lhe convém sem prestar contas. E, mais grave ainda, sem que os seus Eleitos na Assembleia Municipal questionem mudanças de posição tão radicais, pouco se importando com a imagem de irresponsabilidade que, assim, evidenciam…

CT – O Bloco tem um Eleito na Assembleia Municipal. Que balanço faz do seu desempenho?

BE – As próximas Eleições farão esse balanço e nos dirão se temos agido bem ou mal. A nossa opção tem sido a de levar à Assembleia Municipal as Propostas que apresentámos em 2005 para a Câmara Municipal, muitas das quais foram aprovadas.

CT – Então, mesmo não sendo Poder o Bloco leva a sua avante…

BE – Se assim fosse o Concelho estaria bem melhor. A verdade é que o PSD não respeita a Assembleia Municipal. Muitas das Propostas e Recomendações, nossas ou de outros, que foram acolhidas, algumas por unanimidade, foram ostensivamente ignoradas pela Maioria PSD na Câmara. E o que é de espantar é que nem o Grupo do PSD deu por achado ao constatar que o seu próprio voto era ignorado na Câmara, nem o Presidente da Assembleia Municipal se preocupou em defender o bom nome da Assembleia a que preside. Votava-se, faziam de conta que sabiam o que estavam a votar e vamos embora que se faz tarde…CT – O que querem dizer com isso?BE – O que dissemos, precisamente. Em mais do que uma situação, o Bloco apresentou Propostas na Assembleia que foram rejeitadas pelo PSD; uma ou duas sessões mais tarde, o Bloco voltou a apresentar as mesmas que foram, então, aprovadas por unanimidade! Pasme-se. Isto no que respeita ao “fazer de conta que sabiam o que estavam a votar”. Quanto ao “ala que se faz tarde”, bem, isso também era giro. Enquanto havia votações, os Eleitos do PSD aguentavam a Sessão com estoicismo e caladinhos como mandam as regras do bom comportamento, com particular realce para os seus Presidentes de Junta; assim que começava o Ponto de “Outros Assuntos de Interesse para o Concelho”, que não tem votações, era a debandada geral. Era vê-los a sair do Salão Nobre em pouco nobre postura.

CT – O PSD é o vosso adversário? Em seis respostas, quatro focaram o PSD.

BE – É um dos adversários. Em eleições, os adversários são os outros todos. Se assim não fosse, para quê concorrer? Se entendemos que as nossas Propostas e os nossos objectivos são melhores para a Cidade e para o Concelho, temos que fazer por isso.

CT – Mas há uns mais adversários do que outros…

BE – Não. O que pode haver é convergências mais ou menos pontuais. Neste Mandato, o PSD tem sido tão mau que as convergências na Oposição foram muitas. Bem… em quase toda a Oposição.

CT – Ficava alguém de fora?

BE – O PS teve uma atitude muito curiosa, para não lhe chamarmos outra coisa. A Sessão Extraordinária da Assembleia que a Oposição convocou partiu de uma proposta que o PS apresentou à restante Oposição e que esta acolheu sem hesitar, reforçando, inclusivamente, as matérias inicialmente apresentadas pelos Socialistas, que se queriam focar na Educação. Parecia que estávamos no bom caminho para uma convergência fecunda. Porém, há um ano e tal, o mesmo PS não teve escrúpulos em prejudicar os colegas de Oposição. Aproveitando o pretexto das alterações provocadas pelas mexidas no Grupo da CDU, aliou-se ao PSD para alterar o Regimento e diminuir consideravelmente os tempos de intervenção da restante Oposição, incluindo o tempo para Declarações de Voto. Arranjou uma justificação de meia tigela pretensamente formal e alcandorou-se na arrogância dos “partidos do arco do Poder”, como eles gostam de dizer. Dois pesos e duas medidas.

CT – Isso teve consequências?

BE – No que toca ao Bloco, as coisas ficaram esclarecidas: o PS, em Tomar e com a actual liderança, não é um Partido confiável. De resto, o Bloco nunca mais participou nas reuniões da Comissão de Defesa da Floresta por esta ser presidida pelo Partido Socialista. Depois do que foi feito, não lhe reconhecemos dimensão ética para presidir a uma Comissão. Já depois disso, o PS teve a iniciativa de contactar o Bloco para um acordo que pudesse retirar a Maioria ao PSD na eleição dos representantes da Assembleia Municipal de Tomar na Assembleia da Comunidade Intermunicipal. E embora o PS não beneficiasse com isso, pois o representante que viria a alterar a correlação de forças seria ou para a CDU ou para o Bloco, o que é facto é que nem a CDU nem o Bloco aceitaram participar nesse acordo com o PS.

CT – A Declaração de Candidatura que o Bloco divulgou no início da semana passada indicia uma preocupação pela Cultura muito acentuada.

BE – É verdade. Consideramos a Cultura e o Turismo Pedagógico e Cultural como factores de desenvolvimento para o Concelho.

CT – Também o Presidente da Câmara num recente Editorial da Agenda Cultural parece defender isso…

BE – Pois. E depois? A vertente cultural de Tomar continua a ser uma constante do discurso político, pelo que se presume seja desejo agir; infelizmente, os Orçamentos aprovados na Assembleia Municipal nos últimos anos não espelham tal preocupação… Nem as possíveis Comemorações dos 850 anos da Fundação de Tomar no próximo ano, assumidas pela Assembleia por iniciativa do Bloco, estão em preparação, quanto mais o resto! Até as ideias de “Tomar Capital Europeia da Cultura” (com aprovação na Câmara e na Assembleia no 1º Mandato desta Maioria) ou a Candidatura a Património Mundial da Festa dos Tabuleiros são, também, discursos recorrentes, embora envergonhados, que não têm correspondência prática, política ou financeira. Pior: por proposta do Bloco, há pelo menos dois anos que existem vinte mil euros orçamentados para a Candidatura da Festa dos Tabuleiros e não há acções de preparação que se vejam. Não foi gasto um cêntimo sequer. A Cultura não faz parte do ideário do PSD, logo não passa do plano do discurso inconsequente.

CT – Mas a Rota do Património com os mosteiros da Batalha, de Alcobaça e dos Jerónimos é liderada por Tomar.

BE – Boa razão para o insucesso! Se eles não conseguem fazer coisas como deve ser em Tomar, como é que vão conseguir isso? Mais a mais, a Rota do Património, só por si, não é a solução para Tomar. Aliás, quando se debateu o último Orçamento de António Paiva, o Bloco perguntava qual era a grande opção para o Turismo. Ele respondeu com a Rota do Património e inscreveu-a em Orçamento. Pois bem… Nesse ano continuou a não haver estratégia turística, tal como no corrente. A Rota tem de ser um instrumento e não um fim. E o que nos parece é que o PSD e o PS pensam assim: Boa! Já temos a Rota que vai resolver tudo. Nem precisamos de trabalhar mais.

CT – Mas o Ministro da Cultura esteve recentemente em Tomar e esse assunto até foi focado.

BE – Pois foi. Mas se se olhar bem não se vislumbra a CMT e os seus Serviços de Cultura ou Turismo. A Rota do Património é uma espécie de grande estrada com grandes paragens. As pessoas só param onde sabem que há coisas para ver. Se Tomar continua a não se fazer valer, quem é que dá por nós? Vamos estar à espera que sejam os outros a promoverem-nos? Bem podemos esperar… Como é que se põem os visitantes do Convento a descer à cidade? O problema não é o como descer, que parece ser a grande preocupação. A questão é: descer à cidade para quê?

CT – Com o Bloco, descer-se-á à cidade quando, como e para quê?

BE – Independentemente de propostas mais concretas a estabelecer no Programa eleitoral, as ideias-base são seis:
1 – Reestruturar radicalmente os Serviços Culturais da Câmara com sectores como Turismo, Museologia, Exposições, Património Material e Imaterial, Etnografia, Publicações, Bibliotecas & Arquivos, Associativismo, Música, Teatro, Dança, Pintura, Escultura, Fotografia, Cinema, Artes Performativas, Juventude, Desporto e Educação, com um único responsável político e com orientações convergentes.
2 – Estimular a produção em série e venda de materiais sobre Tomar e o seu Imaginário, conciliar os conceitos de Cidade dos Tabuleiros, Cidade Templária e da Ordem de Cristo com políticas para o reforço da oferta hoteleira e criação de eventos e equipamentos susceptíveis de a alimentar, propiciando fluxos permanentes de visitantes e convertendo Tomar numa cidade com reconhecimento internacional.
3 – Estabelecer um plano para dez anos, a começar em 2009 com a instalação do processo de Candidatura da Festa dos Tabuleiros a Património Mundial Imaterial e disponibilização de instalações para a Comissão; prosseguir a partir de 1 de Março de 2010 com as comemorações dos 850 anos da fundação de Tomar, associando-as ao fenómeno templário; continuar em 2011, ano de realização da Festa dos Tabuleiros, com a instalação do Museu da Festa dos Tabuleiros e respectivos Serviços Educativos; criar um programa cultural para 2012 que complemente a programação de Guimarães, Capital Europeia da Cultura; instalar o Museu dos Descobrimentos em 2013, iniciando aí, com os 30 anos de Convento de Cristo Património Mundial a programação e a promoção de 2019 Setecentos anos da Ordem de Cristo.
4 – Construir um equipamento cultural que garanta condições técnicas e artísticas para espectáculos de referência de música, bailado, teatro ou ópera.
5 – Considerar como estruturante a criação de cursos superiores de artes e de companhias profissionais de dança e de teatro, bem como uma orquestra profissional.
6 – Criar um Centro Internacional de Lusofonia, em parceria com os Ministérios da Educação e dos Negócios Estrangeiros, que assuma essa dimensão histórico-cultural e promova a defesa da língua portuguesa como factor comum de identidade, de cooperação, de desenvolvimento e ainda de apoio à comunidade imigrante em Tomar.

CT – 2019? Já? Isso não é demasiado longe?

BE – O problema é precisamente esse! Não se pensar a médio e longo prazo. É por isso que se faz e desfaz sem rumo nem ideias. Os grandes projectos têm de ser pensados a longo prazo, particularmente aqueles que queremos estruturantes. Queremos começar de novo este ano mas a pensar em termos de grandes continuidades. Estes projectos necessitam estabilidade. Daí que pensar assim exige também pensar com todos. Veja-se o caso da nossa proposta do equipamento cultural para grandes espectáculos: não nos passaria pela cabeça propô-lo sem propor o que pode ajudar a sua consolidação, neste caso as companhias de dança, de teatro e as orquestras. Não pode ser construir por construir. Tem de se construir para se saber o que se quer pôr lá dentro. Até porque queremos que a referência seja regional e nacional; nunca apenas local.

CT – Para o Bloco, Tomar é só Cultura e Turismo?

BE – (risos) Só pode pensar isso quem não nos conhecer! Cultura e Turismo (e Educação) são estruturantes e devem ser pensados como tal, que é aquilo que não tem acontecido. De resto, Cultura e Turismo, porque são a nossa marca distintiva, a nossa matriz o nosso factor de identidade, têm que ser factores de produção, isto é, geradores de emprego e de riqueza. Sempre em termos regionais, no mínimo. Mas são cumulativos com outras estratégias. Tomar foi, desde o século XII, uma potência económica e industrial por força das condições do rio e da capacidade de produção de energia. Ao longo da História, até meados do século XX, Tomar soube sempre adaptar-se e reciclar as suas indústrias: os moinhos passaram a ferrarias, estas a fábricas de chapéus, de vidro e de tecidos; depois o papel e a madeira. Cada época tem o seu espírito e as suas necessidades. Lembremo-nos das nossas propostas de há 8 anos: a piscicultura e o aproveitamento hidro-eléctrico do Nabão. São ou não potenciais elementos de riqueza? O desafio está em perceber como vai ser daqui para a frente, sendo certo que o Conhecimento, eventualmente potenciado pelo Instituto Politécnico, é o grande motor dos nossos dias. O desafio é interpretar as potencialidades locais e as necessidades regionais e nacionais para, então, fazer o que tiver que ser feito. Novas tecnologias, Saúde, Investigação serão, doravante, as áreas onde, com o Turismo Cultural, a Cultura/Património e a produção cultural para consumo e exportação, Tomar deve intervir. Os políticos e os investidores devem estar atentos e consonantes. Estas são áreas de riqueza e emprego potenciais. E nunca podemos esquecer nem ignorar o Instituto Politécnico. Tomar tem ali a grande produção de massa crítica. Tomar e o Politécnico devem trabalhar em conjunto para a criação de empresas, procura de incentivos, inovação, desenvolvimento. Para o Bloco, o IPT é indispensável!